domingo, 18 de setembro de 2011

Lixo e reciclagem

A natureza não tem “lixo”. Ela não joga nada fora. Tudo está sempre mudando e sendo reaproveitado, formando o equilíbrio dos ciclos.

Uma planta se alimenta de luz do sol, de água e de sais minerais que retira do solo. Quando perde suas folhas, ou quando morre, o calor e a umidade fazem com que a planta se decomponha, formando o húmus que enriquece o solo, onde nascem outras plantas. O homem também faz parte deste ciclo: ele precisa do ar, da água e quando se alimenta está aproveitando os sais minerais, a água e a própria energia solar que estão nas plantas ou nos bichos. Tudo faz parte da natureza e está interligado formando ciclos diferentes. Assim, é preciso cuidado para não quebrar esses ciclos.

De uns tempos pra cá, os homens vêm inventando novas tecnologias, aumentando sua capacidade de transformar a natureza. A capacidade humana de inventar coisas novas traz benefícios, mas, também, causa problemas. Um dos problemas mais sérios é o do esgotamento dos recursos naturais: acreditava-se que a natureza era uma fonte ilimitada, inesgotável de recursos, porém sabemos que não é. Outro grande problema é o do destino do lixo. Tudo que consumimos foi produzido em algum lugar e depois deveria voltar para os ciclos da natureza, mas a gente inventa certas coisas que a natureza tem dificuldade para reciclar.

O lixo que produzimos, na maioria das vezes, é composto por plásticos, papéis, latas e restos de comida. Plástico, lata e papel são materiais muito complexos, formados pela mistura de muitas substâncias. Para separá-las novamente é preciso processos químicos de separação. No caso do plástico, por exemplo, é isso o que acontece. Através desse processo, obtém-se as substâncias que o formam, podendo-se, a partir daí, produzir outros tipos de plásticos que serão utilizados, outra vez, em embalagens, garrafas, etc.

Outras vezes, por um simples processo físico, podemos reaproveitar papéis velhos, por exemplo. Nesse caso, o objetivo não é fazer a separação das várias substâncias que formam o papel, mas fazer de um papel velho um papel novo. Para isso, basta amassar, rasgar, triturar e molhar (mergulhar o papel na água) o papel velho e, depois desses processos, colocá-lo para secar e pronto: temos um papel “novinho” para ser usado outra vez. As latas também sofrem um processo físico de reciclagem. Elas são prensadas e amassadas e, assim, transformadas em chapas de alumínio, que serão utilizadas para fabricar outras latas.

No caso dos restos de comidas, elas são decompostas pelas milhares de bactérias e fungos existentes no ambiente. Eles são os responsáveis pelos processos de decomposição de qualquer matéria orgânica. Quando vemos um tronco velho ou uma fruta que caiu da árvore “apodrecendo”, estamos assistindo, na realidade, ao processo de decomposição.

Assim, os processos de reciclagem são muito variados, mas todos têm o mesmo objetivo: reutilizar os materiais. No entanto, mais importante do que reciclar, é não produzir lixo, pois, como sabemos, os recursos utilizados na fabricação dos mesmos não são inesgotáveis.

Fonte: TEIXEIRA, Eduardo Cardoso. Problematizando a educação ambiental. In: SANTOS, Luís Henrique Sacchi dos (org). Biologia dentro e fora da escola. Porto Alegre: Mediação, 2000. p. 71-89.

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